Poesias
e Overlays
by
Waspzzz
Por favor seja
paciente enquanto o applet carrega, leva um tempinho...
Não se
deixe enganar pela primeira imagem que você vai ver...
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SÔBRE O NOVO
O
novo é tão pouco quão raro.
Sôbre
o novo o velho rapidamente se acumula.
Sôbre
o pouco o muito se equilibra a custo.
Mal
surge o novo e os comentários se tecem, trazidos pelos boatos.
Os
detalhes se esmiuçam, enfeites pesados para o que era simples.
Frases
de efeito chovem como flores. Hipóteses se estabelecem.
Críticas
e apoios se esbarram. Contradições e negações
fincam o pé.
A
inveja e a difamação sussurram: "Falso!"
Ciúmes
prosperam.
E,
apesar de novo, muitos afirmam já tê-lo entrevisto.
E,
apesar de pequeno e pouco o novo tem um peso
que
muitos
não conseguem suportar.
Aos
poucos , porém, as evidências vão levantando os panos,
um
a um. Os encobrimentos caem, o novo aparece nu.
Finalmente
os aplausos. Inevitáveis.
Então
o velho se aproxima, cautelosamente.
Toca-lhe
as faces, elogia-lhe o brilho dos cabelos
e
a aparência saudável.
Acariciando-lhe
o corpo para que não reclame.
Impudicamente
envolve o novo,
colando-se
boca a boca num beijo ávido e prolongado,
a
sugar-lhe a vida para perpetuar-se.
Pois
o velho vive do novo.
E
como um mágico esperto gesticula e repete palavras hipócritas,
fazendo
crer aos olhos de todos que êle e o novo são um só.
Então
já não se distingue quem é quem.
E
quando o novo sucumbe já sem nenhum brilho nem ai,
esmagado
com tanto peso, completamente sufocado
por
não poder respirar nenhuma novidade,
envelhecido
precocemente, mofado,
salta
o velho, lépido e fagueiro,
transformado
em novo clichê.
Sôbre
o novo, nada de novo...
(LUA
NEGRA)
Pintura
original de Jusko
Midi by Bruce de Boer
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